Ensurdecida Mutação da Pele das Árvores









Abraço-te com o chão húmido debaixo dos pés nus.
Não me arde a pele ou sequer sufoco com a chuva de gotas de plástico translúcido.
A brisa incorpora o vapor da água que se ata aos nossos corpos anarquistas, 
sem hierarquias,
num espaço aberto à escuta do que ecoa como grito de amor.
Sei que quando era criança fez-me bem cair das árvores,
a minha pele renascia enquanto dançavam agarradas ao vento,
acto contínuo, 
sempre que voltava a cair e as olhava de novo.






© Luís Conde
Trabalho realizado no âmbito do Workshop de Fotografia do Espectáculo 2019, coordenado por Susana Paiva, com a cumplicidade da FOR-Formação Olga Roriz.